domingo, 16 de agosto de 2009

De presente.



Ah, os presentes! A forma mais singela, e às vezes fútil de demonstrar afeição! Quem nesse planetinha nunca se rendeu a alguma espécie de amigo oculto - ou desconhecido oculto - por mais simples que fosse? A verdade seja dita: As maiores e melhores datas, são aquelas que somos presenteados. Menti? Aniversários, casamento, natal, dia dos n-a-m-o-r-a-d-o-s, das crianças, dias, dias e infinitos dias surpreendentes por causa dos presentes. Um abraço, e um beijo, sempre rola! Mas sem os presentes, o dia até parece perder sua data. Seja comprado, seja feito por suas mãos, mas sempre, presentes!


Esses dias, eu faria mais um ano de namoro. E claro, anos atrás, estaria planejando o maior presente que ele merecesse! Quero deixar claro, que não me refiro à preços ou marcas! E, sim, ao ato de deixar alguém realmente amado por mim, feliz!
Antes, esse dia que era sempre presente em meu calendário, agora não passa, de uma simples 'lembrançinha' esquecida no armário.
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E por isso, estou aqui relembrando um dia que geralmente era alegre pra mim. Sem nenhuma pretensão, ou por depressão. É que desde que me entendo por gente, nunca fui muito fã só das palavras! São muito fáceis de sair de nossas bocas! E nem sempre, expressam alguma verdade.
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Isso começou, quando eu descobri que o papai Noel não existia! Que revolta pra minha vida. Os presentes dados pelo Sr. Noel, sempre me pareceram mais interessantes do que aqueles vindos pelo gordo do meu tio, com uma barba que mais parecia uma piruca da Xuxa pregada naquelas bochechas! Gente, óbvio, que por uma questão ética, eu tive que acabar com aquele natal! Lembrem-se, que eu na minha doce inocência dos sete anos, ainda não praticava muito bem, a arte de mentir. Crianças não mentem, ou não enganam bem!
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Então eu FA-LEI aos berros:
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-Não é o Papai Noeeeeeeeeel !!!!!!!!!!!!!!
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E, foi aquela confusão! Eu não podia deixar que continuassem com aquela mentira para todos os meus primos! Na verdade, é porque eu achava injusto demais ser a única criança desiludida naquele ambiente repleto de falsas fantasias! É, descobri que a fada do dente era a minha mãe. Ô familiazinha descarada, essa minha!
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É claro que depois que meus primos souberam que o nosso querido e fofo Papai Noel, era nosso tio chato - Ele realmente nunca fizera falta nas festas natalinas - o trocaram! Mas aí, eu já nem ligava. Já me sentia uma pré-adolescente com oito anos, só porque eu sabia o 'segredo da família'.
Só dessa história, vocês podem ver que cresci desconfiada, né?!
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Voltando ao assunto... Eu sempre preferi os gestos, e os presentes criados exclusivamente pra mim. Essas coisas que me traziam segurança! E nunca frases tolas do tipo: -Você é o meu xuxuzinho! Forever and ever.
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Pára né?! Têm que ser muito tolinha, pra cair nesses contos dos Mamonas Assassinas.
Bom, e como eu também sei que nem tudo que ele dizia era mentira, então eu acreditava quando ele falava que gostava de futebol, de hamburgueres com batatas fritas, e do meu perfume! Que realmente é muito gostoso. Fato!
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E, tudo corria muito bem até então com nossas verdades e manias!
Até o nosso último aniversário de namoro. Eu, maravilhosa pra ele, e o presente em cima do sofá, enquanto 'esperávamos' pelo nosso dito cujo. As horas passaram, e ele finalmente bateu na porta! Me entusiasmei imediatamente, e logo a abri! A barba mal feita, chinelas havaianas, e a chave do seu carro em mãos. Broxei na hora! Já sabia que ele tinha esquecido do nosso dia, mas resolvi esperar ele falar.Vai que era alguma surpresa? Um jeito de me enganar?
Mas não. Meu futuro ex-namorado, só tinha passado lá porque tava no caminho, e de repente eu podia querer dar uma volta com ele. Olhei pra ele com uma cara de caneca .E páaaa! Bati a porta com o ódio crescente que me possuía naquele instante.
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Ele insistiu em bater na porta, e eu em não abrir! Até que ele tomou vergonha na cara, e parou. Mas aí o celular começou tocar infinitas vezes... Não atendi. Mensagens, emails, palavras e mais palavras pro mês inteiro! Parece até que não sabia dos meus traumas com as benditas palavras.
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Só aí eu soube que ele não me conhecia, mesmo! Então, quando ele ligou pela trigésima vez, num impulso atendi e só escutei! Ele pediu desculpas, mas disse que exagerei! Eu concordei, e desliguei.
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Sim, eu confesso que exagerei. São tantos os homens que repetem esse desatino. Só que, no meu caso foi como uma bomba-relógio! Cheguei no meu limite ali. Pra mim, está dentro daquele vestido e de salto, era como o presentear com um carro 0km, e ganhar em troca, uma toalhinha de toilette com uma letra estranha bordada, porque não tinham com a minha inicial.
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Porque, se eu realmente pudesse, naqueles dias eu teria dado o céu a ele! E, ele, mal conseguia me dar um chão. Nossa troca de presentes, não era das melhores! Era totalmente desigual e desfavorável a mim.
E, se antes eu o considerava o meu maior presente, hoje eu sei que não passou de uma sacolinha, brinde de aniversários infantis! O conteúdo sempre acaba rápido, e logo perde a graça.
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Ainda acho que os presentes, sempre ajudam muito no dia-a-dia! Quebra a rotina. Mas, o principal presente que vale, é saber que você que é o verdadeiro presente pra alguém! Saber, que você pode transformar o dia, trazer sorrisos, e gratidão. Esse era o meu presente, e é esse presente que quero compartilhar, quando alguém, eu for novamente presentear.